segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Consumo varejista cresce 4% neste semestre em Campinas

Aumento do consumo pode ser verificado principalmente pelos incentivos financeiros do governo além das compras por impulso

            Em uma sociedade que incentiva o consumo e às pessoas a se adaptarem às novas tecnologias a todo momento, faz com que as pessoas comprem compulsivamente, sem se atentar as reais necessidades. Segundo Laerte Martins, economista da ACIC (Associação Comercial e Industrial de Campinas), isso pode ser constatado pelo crescimento de 7,30% na inadimplência de carnês com mais de 30 dias de atraso. O valor da inadimplência ficou em R$ 126,3 milhões em julho, em Campinas.
            Essa inadimplência pode ser verificada a partir dos dados de julho desse ano da ACIC (Associação Comercial e Industrial de Campinas) que constata um aumento de 10,85% nas compras a prazo e redução de 2,49% nas vendas à vista. Este é o caso de Keyla Guimarães, técnica de enfermagem, que afirma que vai umas duas vezes por semana ao centro e compra roupas sempre à prazo.
            Segundo dados do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) o crescimento do consumo em Campinas foi de 4,73% no comércio varejista no acumulado de janeiro a julho de 2012 em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com Paulo César Adani, Delegado do Conselho Regional de Economia, isso ocorre principalmente devido a incentivos do governo e ao aumento de ocupação e renda, que afirma ter melhorado desde a década de 2000. Para ele, o público A e B sempre foi um consumidor consolidado, só que agora, somado a isso, as classes C e até a D estão entrando nesse mercado e isso faz com que o crescimento seja maior do que o previsto.
            As grandes liquidações que shoppings e lojas de uma forma geral promovem também é uma forma de incentivo às compras, principalmente nessa época do ano em que se verifica promoções das roupas de inverno. O Shopping Iguatemi, por exemplo, do dia 2 a 5 de agosto promoveu o “3 ½ dias de loucura” com promoções de até 70% de desconto em roupas, calçados, eletrônicos e muitos outros. Abaixo é possível assistir a um vídeo de como estava a movimentação de pessoas no domingo, dia 5 de agosto:


Para o economista, a maioria das pessoas compra por impulso, já que afirma que muitas famílias - de todas as classes sociais - não são precisas nos seus gastos. Ele constata que, ao comprar por impulso, o orçamento estoura, o crédito do sistema bancário das lojas também fica comprometido e é aí que o aumento da inadimplência se verifica.
Outro fator que tem aumentado o consumo das pessoas é a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que o governo promoveu recentemente. Para Adani, se o governo diminui o preço dos produtos por conta do IPI e facilita o crédito, as compras se potencializam, depois o segundo passo é saber se os cálculos familiares para essa compra foram adequados, se não vem a inadimplência de novo.
      O gerente de vendas, João Carlos, afirma que o principal fator do aumento das compras e consequentemente da inadimplência é o incentivo ao crédito, já que isso facilita as compras a prazo e o consumidor acaba por se endividar. Mas, enquanto os consumidores veem essa situação como um problema, para João Carlos, como gerente de vendas, essa situação é satisfatória “é muito melhor os clientes que não pagam em dia a fatura do cartão de crédito ou pagam o mínimo do que aqueles que pagam, porque aproveita a situação dos juros que são altos”.
          Por outro lado, alguns consumidores economizam e administram suas compras. Esse é o caso do consumidor Mauro Carvalho, supervisor de produção que afirma ser o seu consumo proporcional ao ganho e dá preferência a compras à vista para não perder o controle do cartão. E até outros consumidores, apesar de se autodenominarem compradores compulsivos ainda preferem pagar à vista pelo receio dos juros altos, como a Anália Pereira, comerciante em Campinas, que afirma comprar muita roupa e sapato, mas nunca fazer compras a prazo.
O economista Paulo César Adani finaliza afirmando que a solução básica para evitar dívidas é fazer um cálculo preciso e estabelecer um elenco de prioridades de compras, sempre levando em conta a renda de cada família e principalmente evitar as compras por impulso.

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