Foto: Andrea Nunez
Pessoas esperam ônibus lotados no ponto da Av. Anchieta
Nos meses que antecedem as eleições já é possível observar aumento de medidas e projetos urbanos. Em pouco tempo, já se vê maior fiscalização de agentes de trânsito nas ruas, troca de ônibus velhos por novos, implantação dos ônibus BRT (Bus Rapid Transport) e inauguração do bicicletário em diversos pontos da região.
O BRT foi implantado em meados de julho e apesar de ainda não possuir corredores exclusivos, já está circulando nas ruas de Campinas, principalmente nos trajetos Ouro Verde e Campo Grande, regiões que possuem grande fluxo de pessoas. O bicicletário foi inaugurado no dia 22 de setembro em dois pontos da região, Taquaral e Barão Geraldo e permite o aluguel de bicicletas por 40 R$ mais 10 R$ de seguro podendo usufruir do benefício por 6 meses. A previsão é de que o sistema seja implantado em outros pontos da região nos próximos meses.
Apesar de tantas melhorias, existem àqueles que veem isso como oportunismo político, é o caso de Fabricio da Costa, estudante de Administração da Faculdade Anhanguera, que afirma que essa suposta preocupação com mobilidade urbana se mostrou bem ínfima diante de todo o caos urbano que uma cidade, do porte de Campinas enfrenta.
Para ele, a implantação do BRT não atende todas as regiões, apenas a periferia. Além disso, enfatiza que a falta de corredores exclusivos para esses ônibus gera lentidão, o que contribui para os engarrafamentos. Sobre os bicicletários, acredita que existem também poucos pontos que oferecem esse benefício na cidade todavia e que, além disso, acha o tempo de 30 minutos de aluguel insuficiente para uso específico para transporte, no máximo poderá ser utilizado para lazer. Outro fator que o desmotiva a usar as bicicletas é a falta de ciclovias seguras na cidade.
Para ele, a implantação do BRT não atende todas as regiões, apenas a periferia. Além disso, enfatiza que a falta de corredores exclusivos para esses ônibus gera lentidão, o que contribui para os engarrafamentos. Sobre os bicicletários, acredita que existem também poucos pontos que oferecem esse benefício na cidade todavia e que, além disso, acha o tempo de 30 minutos de aluguel insuficiente para uso específico para transporte, no máximo poderá ser utilizado para lazer. Outro fator que o desmotiva a usar as bicicletas é a falta de ciclovias seguras na cidade.
Por outro lado, Diógenes Cortijo, pesquisador e professor de Engenharia de Transportes da Unicamp, afirma que a implantação dos ônibus BRT é a melhor medida a ser adotada quando o assunto é mobilidade urbana. Ele acredita que por serem biarticulados garantem maior mobilidade a um custo razoável. Afirma que esse modelo foi exportado em Pequim, África do Sul, EUA, Canadá, Bogotá e México. Aqui no Brasil, uma cidade que já utiliza esse mecanismo é Curitiba e, assim como Fabricio da Costa, sustenta a ideia de que Campinas, como grande metrópole deveria possuir esse sistema em toda região e não apenas em alguns segmentos.
Sobre isso, já é possível observar certas melhorias e promessas. Nos debates políticos, bem como na sabatina realizada pela PUC–Campinas no dia 12 de setembro, no auditório Dom Gilberto, todos os candidatos, quando abordados sobre planejamento urbano fizeram promessas e sustentaram projetos como criação de ciclovias, bicicletários, instalação do Plano Diretor. Tudo isso, sem deixar de lado a preservação do meio ambiente.
Foto: Andrea Nunez
Candidatos fazem discurso em Sabatina na PUC-Campinas
Foto: Andrea Nunez
Candidatos discutem propostas no auditório Dom Gilberto
Fazendo uma análise à longo prazo, Fabricio da Costa acredita que a implantação gradual do BRT em toda cidade vai contribuir para o aumento já exorbitante da tarifa de ônibus. Quanto aos bicicletários, constata que deverão ser deixados de lado pelos políticos, com a alegação de que Campinas tem problemas mais sérios que exigem medidas mais urgentes, que também não serão desenvolvidas e conclui "aí, quando estivermos próximos de um novo período eleitoral, haverá iniciativas rápidas, melhoras paliativas e que gerem números."
É curioso constatar que esses projetos já existem há um bom tempo desenvolvido pela própria EMDEC e Secretaria de Transportes e somente agora, em época de eleições se concretizaram efetivamente. Agora resta esperar, se após as eleições os projetos vão continuar com a mesma eficácia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário