sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Catraca: uma barreira invisível

Um grupo artístico denominado Contra Filé colocou uma catraca enferrujada no centro de São Paulo, criando um "monumento" à catraca invisível, elaborando assim, um programa a favor da "descatralização da vida", que seria a desmistificação dos paradigmas impostos pelo governo sobre os cidadãos.
Essa alusão da catraca a um monumento abre os olhos da população sobre o símbolo de controle que a catraca representa, e expande a mente para uma interpretação mais profunda, a de que o estado exerce poder efetivo na sociedade. Não é a catraca em si, mas é seu significado o que está por trás que chama a atenção e convida à reflexão.
Sabe-se que viver implica ao ser humano a adaptação à normas, regras que podem ter sido delimitadas por leis ou pelos próprios seres humanos, ou seja, o que se entender por "padrão de vida", aquilo que a sociedade aceita, que se encaixa na definição de comum e normal de cada um. O problema é que há uma força do governo em torno tanto do capital, quanto da consciência das pessoas, visando o lado mais favorável a eles, ao bolso deles.
Esse programa de descatralização da vida propõe uma maior liberdade de expressão, em que as pessoas ultrapassem as limitações que são encontradas diariamente. É de extrema importância que um indivíduo formule suas opiniões, debata, explore, aja. O essencial é movimentar-se e não aceitar tudo que for dito de cabeça baixa, concordando com algo a qual não ache certo. Ninguém é criminoso por pensar diferente.
Há de se extinguir as catracas invisíveis do mundo, a partir do momento em que as pessoas aprenderem a olhar uns aos outros de modo menos julgador e mais humano, sendo capaz de transformar o meio onde se vive em conjunto, ao contrário da barreira individualista que a catraca estabelece.

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